MillennialZ

A melhor forma de caracterizar a geração Z é dizer que cresceu com o mundo no bolso, onde qualquer dúvida está à distância de uma pesquisa rápida no telemóvel, escutando o que se passa em redor através dos headphones. A informação é tanta que varia desde um tutorial sobre como atar um sapato até ao como fabricar uma bomba caseira, estando nas suas mãos, ou pontas dos dedos, a forma como se querem “auto-educar”.
Sendo um pioneiro da geração anterior, os “millennials”, supostamente a mais bem preparada de todas, olho para os pioneiros desta geração, muitos deles a saírem da faculdade para o mercado de trabalho, com a nostalgia de quem sente o passar de testemunho.
Falar de gerações é falar de mudanças de paradigma, quer a nível tecnológico e político, mas também ao nível da educação. Nunca os pais sentiram tanta dificuldade em lidar com o “online vs offline”, substituindo a partilha em família e o respeito pela intimidade de cada um, por um controlo que lhes é quase imposto pela multiplicidade de ferramentas de localização, controlo de acessos e conteúdos da internet ao invés da responsabilização dos educandos.
Registamos que cada vez mais, os pais e filhos partilham os gostos pelas mesmas músicas, concertos, actividades e hobbies, sendo este um claro sinal de que são duas gerações onde existe muito espaço comum de partilha. Se quisermos ir mais longe, esta partilha estende-se até aos seus avós, mas a tendência crescente para os casais terem filhos cada vez mais tarde, vai tornar este espaço de partilha por sua vez mais estreito.
Se nós, os "millennials" e outras gerações, assistimos à queda das torres gémeas, como se nesse dia caísse parte da fé na humanidade, a geração Z cresceu já com um sentimento de insegurança no ADN. Esta geração não vai comprar carro, casa e férias, não porque não goste de carros, valorize o conforto de uma casa ou umas férias num sítio paradisíaco, mas sim porque não vive na era de comprar, mas sim de partilhar, carsharingcrowdfunding e couchsurfing são algumas das muitas palavras que imperam, para quem o futuro ainda é o aqui e agora.

É uma geração que, ao contrário do que se possa pensar, privilegia o contacto humano, a partilha no seu sentido mais lato, valoriza-o porque já nasceu rodeado de um mar de tecnologia, e não é por navegarem à vista que as baleias das mais variadas cores deixarão de se cruzar no seu caminho.

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