Depressão Pós-Moderna
Depressão: angústia, dopamina,
tristeza, serotonina, medicamentos, vazio, suicídio ou terapia. Estas são
algumas das palavras associadas a este problema e tão presentes na ordem do dia.
Levando em conta estudos recentes, 1 em cada 8 crianças nos Estados Unidos
sofre de depressão, assim como cerca de 15 milhões de adultos neste país, sendo
este o principal factor apontado nas causas de suicídio, que afectam mais de um
milhão de pessoas só nos EUA.
Uma névoa de tristeza e vazio
envolve as coisas das quais retiramos a nossa satisfação mais básica e começa a
levar-nos a energia, o sono e a memória e a nossa vontade de trabalhar, amar, e
por último, viver.
Há cerca de 200 anos, com a
revolução industrial, passámos de artesãos para peças de uma linha de montagem,
e o nosso corpo adaptou-se a este estilo de vida, mas conseguiu o nosso cérebro
acompanhar? O mundo evoluiu para uma aldeia global, o sentimento de pertença
anda muitas vezes de mão dada com um universo virtual, pelo que é justo questionar
qual o lugar para alguém que, pura e simplesmente, não partilha desse
sentimento de pertença em relação a nada nem ninguém.
O mundo no qual vivemos é
extremamente stressante, o nosso estilo de vida despoleta em nós as mais
variadas doenças crónicas como intolerâncias, alergias, diabetes ou cancro,
também estas denominadas doenças da civilização moderna, assim como a
depressão. A pressão constante exercida pelos mais variados factores externos,
a qualidade do nosso sono, alimentação e lazer provocam desequilíbrios químicos
no nosso cérebro, que paralelamente socializa de forma isolada, sedentária na
mesma lógica em que se alimenta, num estilo “fast food”.
A depressão pode ser encarada
como uma resposta de negação a um estilo de vida que não vai de encontro às
necessidades e sensibilidade do indivíduo e torna-se claro que, mais do que as
tentativas de ajustamento social, laboral e familiar ao modelo anterior, a
solução passa por reinventar o quotidiano, com a ajuda de profissionais
especializados que contribuam para o equilíbrio do corpo e da mente.
É urgente pensar e reflectir
sobre as causas do suicídio, desde a aparente inocência dos jogos mais
perversos até ao pretenso romantismo das estrelas do “sex, drugs and rock’n rol”.
Não há nada de inocente, como também não há nada de romântico; são desfechos
trágicos cujos sinais estão muitas vezes bem à vista, seja na página de
facebook de um adolescente, ou nas letras da canção de um grande artista.
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